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Há 50 anos, Distrito Federal vivia seu primeiro drama aéreo

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Edenio Rodrigues
Augusto Sposito
Amilckar
7 participantes

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Mensagem por Amilckar Seg 26 Set 2011, 20:47

Há 50 anos, Distrito Federal vivia seu primeiro drama aéreo

Há 50 anos, Distrito Federal vivia seu primeiro drama aéreo 20110925083352297156a


O anoitecer de 27 de setembro de 1961 registrava uma movimentação incomum no acanhado terminal
provisório do Aeroporto Internacional de Brasília. Mesmo com poucos desembarques previstos, jornalistas e centenas de admiradores de um líder político em ascensão, o governador do Rio Grande do Sul, Leonel
Brizola, aglomeravam-se no local. A bordo do Caravelle PP-VJD da Varig, que fazia o voo 592-J, Brizola foi avisado pelo comandante que a aterrissagem ocorreria em breve. Quando isso ocorreu, porém, às
18h32, os 63 passageiros e os nove tripulantes sentiram um impacto brutal. Em seguida, ouviram um estrondo. Minutos mais tarde, salvos, mas muito assustados, viram o avião ser destruído pelo fogo.

O primeiro acidente aéreo da história da nova capital — em perdas materiais, o maior da aviação
comercial brasileira até então — completa 50 anos na terça-feira. Sem deixar vítimas, trouxe a certeza de que só por muita sorte se evitara uma tragédia que, além do abalo emocional, provocaria fortes
repercussões políticas — o país saía da crise da renúncia de Jânio Quadros, além da tentativa de impedir a posse de João Goulart. Brizola, líder da Campanha da Legalidade, encerrada apenas 20 dias antes, era o
nome mais em evidência, mas o Caravelle transportava também três ministros, diversos deputados e alguns jornalistas. “Nascemos de novo”, escreveu no dia 30, no Correio Braziliense, um dos sobreviventes, o
repórter Elton Campos, dos Diários Associados.

Há 50 anos, Distrito Federal vivia seu primeiro drama aéreo AmpliarHá 50 anos, Distrito Federal vivia seu primeiro drama aéreo 20110925083607568136i
Os relatos divergem sobre o momento exato em que começaram os problemas do voo 592-J. À época, o
fotógrafo Carlos Contursi, que integrava a comitiva do governador, contou ter ouvido, pouco antes do pouso, gritos de passageiros que viajavam mais atrás, alertando que o avião estava em chamas. Em
seguida, sentiu um choque violentíssimo contra o solo, viu bagagens de mão caindo dos compartimentos e pensou que o Caravelle iria se desintegrar.

Uma informação da Varig, divulgada na mesma noite, confirmou a versão de incêndio na turbina esquerda,
que teria sido controlado antes da aterrissagem. Mas o relatório oficial da investigação realizada pela Guarnição Aérea de Brasília
negou a ocorrência de problema técnico e atribuiu o acidente a falha do piloto, por ter feito uma tomada de pista muito curta, permitindo o toque no solo antes do início da área asfaltada. A quebra do trem de
pouso e o fogo causado por vazamento de querosene viriam como consequências do erro humano.

Desembarque Apesar das conclusões das investigações do acidente, foi a quebra
do trem de aterrissagem que gerou o primeiro estrondo — relatado por todos — e impediu que o avião seguisse o curso normal. O Caravelle logo subiu alguns metros, atingiu de novo o chão com força e deslizou,
desgovernado, para o lado esquerdo. O piloto tentou controlá-lo movendo a roda dianteira e usando os freios, mas a manobra revelou-se inútil: o aparelho seguiu derrubando as balizas laterais, saiu da
pista e, já com fogo nos dois lados da fuselagem, parou a 800 metros do local em que tocara pela primeira vez o solo.

Dentro do avião, o tumulto era geral. Porém, segundo vários testemunhos, não havia pânico. Brizola
levantou-se rapidamente, enquanto o secretário de Imprensa do Rio Grande do Sul à época, Hamilton Chaves, gritava para que o comissário de bordo abrisse a porta (leia depoimentos). A maioria dos passageiros
escapou pela saída de emergência localizada sobre a asa direita (à esquerda, o fogo era mais forte). Os demais, pela porta dianteira. O então ministro da Saúde, Estácio Souto Maior, salvou documentos
oficiais do órgão. E o deputado Josué de Castro ajudou uma passageira a desembarcar em meio às chamas.

Heróis A fuga do avião não era mesmo fácil. Passando pela janela de
emergência, o passageiro tinha de escorregar sobre a asa e, então, pular para o chão. Se tentasse deixar a aeronave pela porta da frente, a altura era maior. Quase todos chegavam ao solo e fugiam correndo,
pois ouviam-se gritos de advertência: “Vai explodir!”. Depois, muitos acabaram voltando para auxiliar os demais.

Única mulher na tripulação, a comissária de bordo Therezinha Xavier Braga ficou até os últimos
momentos para ajudar na retirada dos passageiros. Foi também a única ferida: sofreu queimaduras leves na mão e recebeu atendimento no Hospital Distrital de Brasília.

Segundo o Correio do dia seguinte, ela e o mecânico de voo Gaspar Baltazar Ferrario foram “os heróis do episódio”. Após ajudar vários passageiros, Ferrario certificou-se de que o avião estava vazio e tentou salvar os livros de bordo. Outro tripulante, o 1º comissário Siegfried Diefenthaeler, contou, em depoimento à Aeronáutica, que
auxiliou diversos passageiros, entre eles uma mulher com uma criança. Depois, fez duas verificações em toda a cabine, inclusive nos lavatórios, para ter a certeza de que não havia mais ninguém no avião.

Espalhados pelas imediações da aeronave em chamas, passageiros e tripulantes assistiam à chegada dos
bombeiros, em dois caminhões. A certa altura, parecia que eles tinham conseguido controlar o incêndio, mas logo as labaredas voltaram. Foi então que faltou pressão nas mangueiras de um dos veículos. Quando,
afinal, o fogo acabou, já não adiantava: uma hora depois de tocar o solo, o Caravelle PP-VJD estava destruído.

Fonte / Foto: Correio Brasiliense

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Mensagem por Augusto Sposito Seg 26 Set 2011, 21:13

Good post

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Mensagem por Edenio Rodrigues Seg 26 Set 2011, 21:28

Certamente contribuiram no acidente o anoitecer e a precariedade da pista. Felizmente não houve vitimas. Obrigado Amilckar thumbsup , abraços

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Mensagem por G.Friedrich Ter 27 Set 2011, 08:36

Meu pai já estava na Varig nessa época e perguntei para ele sobre esse acidente, ele se lembra sim, principalmente por ter sido com o Caravelle, um equipamento novo e que recebia muita atenção, inclusive acho que esse foi o segundo acidente com jatos na Varig e o primeiro no Brasil.
Bem meu pai falou que o principal fator foi a precariedade do aeroproto de BSB, era uma pista curta, mal sinalizada e a quiladade do piso ruim.
Muitos falaram em atentado contra a vida de Brizola, mas isso não se comprovou e realmente não tinha a minima evidencia disso.

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Mensagem por Fontenele Ter 27 Set 2011, 20:52

Good post x2

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Mensagem por Alvega Ter 27 Set 2011, 21:44

Gostei de ler, Amilckar. Obrigado. thumbsup

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Mensagem por leonardo Ter 27 Set 2011, 22:24

Muito legal! Bela história!

Abraços!

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Mensagem por G.Friedrich Qua 28 Set 2011, 10:36

Pessoal esse foi primeiro acidente com jato de uma empresa brasileira e o primeiro em solo brasileiro.
Foi o Caravelle PP-VJD.

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