[Brasil] Guarulhos ganhará em 2 anos o equivalente a meio Congonhas em passageiros

Guarulhos ganhará em 2 anos o equivalente a meio Congonhas em passageiros



Cumbica ganhará em dois anos o equivalente a meio Congonhas em passageiros, aponta estudo a ser apresentado ao governo federal.
Serão 34,8 milhões de pessoas em Cumbica em 2013, 8,1 milhões a mais que no ano passado. Segundo maior aeroporto do Brasil, Congonhas fechou 2010 com 15,5 milhões de passageiros.
Assim, o terceiro terminal já abrirá perto do limite, 35 milhões de passageiros.
Os dados estão em estudo do Núcleo de Estudos em Tecnologia, Gestão e Logística da Coppe/UFRJ para o sindicato das empresas aéreas.
Responsável pela pesquisa, Elton Fernandes afirma que, no limite, as restrições de capacidade no terminal de passageiros e no pátio de aeronaves atravancam o crescimento do setor aéreo.
Ele defende a reformulação dos projetos de capacidade dos aeroportos para dar conta da demanda em 2014.
Sobrecarregado, Cumbica é mais suscetível a problemas que, noutros tempos, teriam menor impacto.
A falta de funcionários para checar passaportes no embarque internacional, por exemplo, cria filas que serpenteiam o saguão. A American Airlines já alertou passageiros a chegar quatro horas antes para o check-in.
Contratada em janeiro pela Polícia Federal, a terceirizada Skyserv começou com equipe 20% menor. A solução só veio semana passada. O funcionário ganha R$ 597 e não precisa falar inglês.
As empresas aéreas atribuíram à falta de gente na imigração 286 atrasos de janeiro a março -5% do total. A PF ameaçou romper o contrato da Skyserv.
O atendimento está sendo melhorado, diz a Infraero, com a ampliação de balcões de imigração -de 14 para 20, no terminal 1, em funcionamento há dez dias, e de 12 para 20, no terminal 2, a começar em até dois meses.
Fonte: Folha de S.Paulo
Via: Hangar 20

Para complementar...

Cada vez mais, toda hora é hora de pico no aeroporto internacional de Cumbica, em Guarulhos, o maior do país.
Com a demanda crescente de passageiros, as empresas aéreas criaram voos em horários ociosos e/ou estão com os aviões mais cheios.
Resultado: o aeroporto enche também no final da manhã e à tarde, quando costumava ficar às moscas. O pico habitual de Cumbica é no início da manhã e à noite.
Pior ou melhor para o passageiro, a depender do viés -mais voos podem significar tarifas menores; de outro lado, lotam o aeroporto com filas e ajudam a entupir uma estrutura já saturada, 30% acima da capacidade.
O novo pico vai das 11h às 13h e das 15h às 18h. Nesses períodos, o vaivém de aviões passou a superar 30 pousos e decolagens por hora em 2010. O número se aproxima do limite de Cumbica (44).
Os dados são da Anac, analisados pelo Núcleo de Estudos em Tecnologia, Gestão e Logística da Coppe/ UFRJ (federal do RJ).
Quem ocupa esse nicho são turistas, mais flexíveis com horários de voo, diz o sindicato das empresas aéreas. É o caso de Tânia Silva, 52, que semana passada foi a Recife ver a família; era sua segunda ida de avião, após anos (e dias) em ônibus.
O fenômeno se dá porque há demanda. Em 2010, houve cinco voos a mais em Cumbica, que ganhou 545 passageiros/dia. Economia favorável, dólar baixo e passagens promocionais atraem gente e lotam voos.
Segunda maior do país, a Gol usou as lacunas de Cumbica. Em 2009, tinha 87 decolagens por semana à tarde. Neste ano, foram 153 -78% a mais. De madrugada, a empresa foi de 14 para 21 voos.
TAM, Avianca e Webjet não se pronunciaram.
Também operam fora do rush Emirates, Qatar Airways e, desde março, Singapore, cujos voos saem de madrugada e chegam à tarde.
Em março, a Anac reduziu tarifas de pouso na madrugada e encareceu as demais.

ÓCIO IMPORTANTE
Manter horas ociosas é importante para um aeroporto, dizem especialistas, pois servem para remanejar voos e dissipar atrasos -um a cada cinco voos atrasou em 2011.
Melhorias, só em novembro de 2013, a menos de um ano da Copa-14. Será quando a Infraero promete ampliar -de 61 para 103- os pontos onde os aviões estacionam. Somada à criação de saídas rápidas para aviões que aterrissam, a medida permitirá mais pousos e decolagens em intervalo menor.


Folha de São Paulo
São Paulo, domingo, 24 de abril de 2011

Daqui a 2 anos será necessário muito mais do que isso...