[Internacional] Integração da United termina em 2013.

Valor Econômico
14/06/2012
Integração da United termina em 2013
Por Alberto Komatsu | De São Paulo

Cristiane Franck, diretora-geral no Brasil: plano é aumentar oferta de assentos
A criação do maior grupo aéreo do mundo, a United Continental Holdings, deverá ser integralmente concluída até o fim de 2013. No Brasil, a integração operacional da United e da Continental está em fase avançada e deverá ser efetivada até o fim deste ano. A informação é da diretora-geral da nova United no país, Cristiane Franck.

Segundo ela, tanto no Brasil quanto no resto do mundo ainda falta a definição de alguns aspectos burocráticos. São questões que devem ser resolvidas mais para o ano que vem, como a definição de um único Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) no Brasil e o similar americano "Tax ID".

"Demos um grande passo em novembro de 2011, quando recebemos o certificado único de operação. Agora quem está operando é a United", diz Cristiane. Unir a operação significa que as duas companhias passam a ter um único código (UA), classes tarifárias iguais e manuais de procedimentos de voos unificados.

No Brasil, a parte operacional está avançada porque a operação nos aeroportos internacionais de São Paulo (Cumbica) e do Rio (Galeão) está sendo unificada. São mudanças como padrão de sinalização, com o novo logo, e uniformização de funcionários.

As modificações foram feitas no Galeão. Em Cumbica, as mudanças devem começar em breve e serão concluídas até o fim de 2012. Ainda na parte operacional, a United já conta com apenas um escritório no Rio. Em São Paulo, terá só um endereço administrativo, o da United, na Avenida Paulista, que está sendo ampliado. Isso está sendo feito porque nas duas capitais havia duas bases, da United e da Continental. As duas centrais de atendimento serão unificadas.

A padronização das aeronaves está quase concluída. Elas estão sendo pintadas com um único padrão. Na cauda permanece o símbolo da Continental (reprodução de parte do globo terrestre) e a marca United. A companhia tem a maior frota do mundo, com 700 aviões, ou quase 4,5 vezes a frota da TAM, de 156 aviões.

Apenas no primeiro trimestre deste ano, os gastos da United com a integração somaram US$ 134 milhões, alta de quase 70% sobre janeiro a março de 2011. Outra etapa vencida no processo foi a unificação de sistemas de tecnologia.

"Estamos sempre avaliando oportunidades de novos voos para o Brasil, mas não há nenhuma solicitação", diz Cristiane. A United opera 35 voos semanais entre o Brasil e os Estados Unidos, sendo a companhia com mais destinos aos EUA: Nova York, Washington, Chicago e Houston.

A estratégia no Brasil é aumentar a oferta de assentos. A empresa deve ampliar em até 57% a capacidade da rota Rio de Janeiro-Houston. Isso será possível com a troca do atual avião, 767, pelo 777, ambos da americana Boeing. O cálculo leva em conta a configuração máxima do 767, de 245 assentos. Já o 777 comporta até 386 pessoas.

A substituição de aeronaves nas rotas brasileiras só será possível quando a United receber encomendas de aviões para voos de longa distância programadas para 2012. Serão cinco 787, da Boeing, de um pedido total de 50.

A United não divulga resultados por países, mas os indicadores da América Latina mostram o melhor desempenho global. No primeiro trimestre, a demanda da United no mercado latino teve expansão de 7%, a maior taxa global. A média internacional ficou em 3,8%.

A receita por passageiro latino-americano também teve o maior crescimento mundial, de 11,7%, diante da média global internacional de 7,3%. A United teve prejuízo líquido de US$ 448 milhões no primeiro trimestre, um aumento de 110% ante igual período de 2011. A receita operacional, por sua vez, cresceu 4,9% na mesma base de comparação, para US$ 8,6 bilhões.